13 Comentários

Ana, que texto maravilhoso. Também fico muito chateada com essas sequências que não acrescentam em nada e que só possuem um único objetivo: tirar dinheiro (ou fazer de besta) de quem gostou da obra inicial.

A ideia é sugar até o último centavo possível daquele livro ou filme que fez sucesso, pois ele só bastava, ele já comunicou o que tinha que comunicar.

Acredito que nossa sociedade atual não deixa tempo para produção do novo. É sempre um copia e cola eterno. Produção de conteúdo viral a exaustão. Um saco.

Desabafo meio revoltoso e sem sentido. Sorry.

Um beijo, Ana.

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Hahaha sim, fica tudo desabafo revoltado pra lá e pra cá, meu e seu, de todos nós, porque nós sozinhos não podemos mudar toda a produção da indústria, mas sem sentido jamais, acho que a gente ainda luta pra questionar o que consumimos num meio de gente apegada a um passado que não vai voltar. Obrigada por ler, Lud! Beijão 💓💓💓

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a princípio, eu não sou contra desdobramentos de histórias, desde que elas façam algum sentido, tenham algo a agregar. muitas vezes (maioria, talvez), são apenas uma estratégia da indústria para lucrar de maneira fácil: sabem que vão vender porque há uma boa base de fãs.

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Sim, exatamente Pedro! Você definiu o que talvez eu não tenha deixado muito claro no meu texto, minha ojeriza é menos as continuações (que eu gosto, assisto algumas), mas meu problema é essa estratégia generalizada da(s) indústria(s): cinema, videogame, música, show, livros, etc. Há algo que precisa ser investigado no sentido de questionar esses produtos que nos vem sem só consumir porque era "da infância" kkk, mas vc matou tudo que eu quis dizer!

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Compartilho a indignação. Amo nostalgia, mas me incomoda essa obsessão pelo passado. Me parece um ciclo sem fim, tudo que aconteceu no passado está acontecendo no presente e vai continuar acontecendo no futuro, talvez a esperança de um mundo diferente seja só utopia, mas esperança é o que nos move desde o passado. Controverso, mas é isso, this is life

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Exatamente! Vc definiu tudo, me senti tão controversa ao escrever também, porque ao mesmo tempo a gente consome e continua nesse ciclo, né? A vida é muito incoerente...Obrigada por ler 🥺💓

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jun 8Gostado por Ana Gabriela

Ana Gabriela, o seu "texto raivoso" é um alerta importante quanto à indústria do "estica para ver até onde se pode ir reciclando sem ferrar com tudo". O problema é que a própria noção de ciclo está em crise...

Diante do "pessimismo da razão" só nos resta o "otimismo da vontade", a ação como meio de resistência. Disso eu entendo na altura do início dos meus 60 anos (adentrando a terceira infância, no dizer do Manoel de Barros). Já abusei do "modo sobrevivência ligado e fincado" nos últimos trinta anos. Já atravessei muitos lutos, tendo que aprender a perder momentaneamente para recuperar o fôlego e prosseguir.

Você tem o perfil das mulheres aqui de casa (esposa e duas filhas): vê, sente demais e sofre por ver e sentir... Visão de 360 graus e sensibilidade para entender a dor do mundo pode nos fazer adoecer.

Engajamento é necessário, por vezes, para nos guiar em dias conturbados.

Você escreve bem, portanto, produza! Prossiga nadando contra a maré, mas crie seu jardim e leve para lá quem deseje compartilhar contigo alguns momentos. Ação, foco no modo micro pode nos livrar do cansaço que nos tem atordoado tanto... :)

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Abel, confesso que seu comentário fez com que eu e meu namorado chorássemos aqui sobre isso de otimismo da vontade. Estou me sentindo meio desolada com alguns aspectos do mundo e fico oscilando entre raiva e depressão, mas acho que produzir tem sido uma fuga, uma salvação. O que seria esse modo micro? Obrigada pelo comentário, adorei conhecer você! Abraços 💓

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jun 9Gostado por Ana Gabriela

Ana Gabriela e namorado, estou muito honrado pela recepção de vocês ao que expus. Em verdade, meu pensamento se alimenta de dois poetas cujos nomes são iguais, mas de grafia diferente: Manuel Bandeira e Manoel de Barros.

Manuel Bandeira apregoa a condição de poeta menor – preocupação com o cotidiano a partir de um olhar que abraça as belezas, mesmo fugazes, de cada dia. Ao mesmo tempo, é homem acolhedor, educador de vulto e muito gentil no trato com as pessoas (e isso não é pouco!).

É possível apreciá-lo ao lermos "O bicho" e, ao mesmo tempo, imaginar seus atos solidários ao conversar com mendigos e outros necessitados de pão e luz em suas caminhadas pela Lapa, após descer, de bonde, de Santa Tereza para o duro asfalto da área central do Rio.

O Manoel de Barros, mais contemporâneo nosso, nos alerta para a necessidade de estendermos o olhar às insignificâncias, modo de estar atento às pequenas coisas, aos animais e às gentes ao nosso redor.

Um olhar poético do mundo, no ver destes dois, será sempre mantermos: uma firme presença no chão do presente que passa ligeiro e uma fé transbordante e serena no futuro.

Este é um modo de também fazer microrrevoluções, na pegada do Foucault, do Guattari e do Deleuze – se os chamarmos à conversa conosco.

Levando em conta o que pensam estes autores franceses, deixaremos um pouco a razão como norteadora das nossas ações (e a ciência e tecnologia como "salvação do mundo") e nos entregaremos mais à arte, à filosofia e à espiritualidade (valores e princípios que nos coloque em comunhão com o mundo e o outro).

Assim, distribuir pequenas folhas com poemas da Roseana Murray, e ler e comentar com um desconhecido (ou um idoso, uma criança) se torna mais importante do que sonhar em se realizar publicando um dia...

Quando morava no Rio de Janeiro e atravessava, toda tarde/noite, a Baía da Guanabara para estudar em Niterói, eu parava na Praça XV e contava histórias para as crianças que viviam naquelas proximidades (trazidas por uma velha senhora, de São Gonçalo, que vendia amendoim por ali). Eu, então, lhes contava e recontava dezenas e dezenas de vezes "Os três porquinhos"! Eles nunca se cansaram.

Morando no Morro do Tuiuti eu levava as crianças e adolescentes da comunidade para irmos ao Centro Cultural Banco do Brasil, ao Teatro Municipal e outros tantos lugares. A maioria de pele negra... Eu mais parecia o líder branco de um perigoso bando de favelados (por vezes, a reação das pessoas era exatamente esta!)

Enfim, há muita gente sem acesso à literatura, à leitura e ao livro. Descubra-as! :)

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Amei, Bandeira é sempre um acalento, como a Cecília Meireles! Vou procurar as outras leituras e amei essa história, levar leitura prós outros é abrir um mundo de oportunidades além do que o mal nos oferece (sempre o mesmo), gratidão 💖

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jun 9Gostado por Ana Gabriela

Estamos juntos, Ana Gabriela! Estou retomando um programa de leitura que desenvolvi. Se quiser conhecer, avise aí que eu te envio, por e-mail, o material que criamos. Avante!

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Aceito sim! Estou lendo muita coisa do romantismo agora, mas sempre é bom receber esse tipo de programa 📖

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Ana Gabriela, dê uma olhada no material que estamos trabalhando com os alunos, atualmente.

https://1drv.ms/b/s!Ah_Y6GmwutsFieN14fqXLZ7BAqgHhQ?e=N4gH9l

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