1Objeto de Nota
OBJETO OCEÂNICO
do que se abstrai,
se vai (fica),
torna-se
abissal.
OBJETO DESFEITO
Cor que desbota
Flor que desabrocha
Medo que desampara
tudo que é des-
Desde então me desmata.
OBJETO DE BOSTA
Privada
Momento de poesia
pura
Sozinha,
Obra de merda
Descarga.
OBJETO FLUVIAL
Torneira
torna
a pingar,
Uma gota a mais transborda,
Uma gota a menos
Me falta.
Copo pela metade
Visão de mundo
(meio torta)
filtrada.
OBJETO N°22
Ambiciosa demais
Corro mais que as próprias pernas
A queda só é mais curta
porque não tenho 1,70.
OBJETO DE STAND-UP
Engraçada:
Graça
dada por Deus
que já sabe todas as piadas.
OBJETO DE SUBIDA
Escadaria longa
a da vida,
uns de elevador
outros numa corrida,
Eu com sacola de compras,
que pensei que ajudaria.
OBJETO N°13
Agora sou diferente
agora tudo eu tenho
Então não sei o que falta
para entender
de onde venho?
OBJETO N°12
Data marcada no calendário
É de um ano que já passou,
Esqueci de quem era de sagitário.
OBJETO N°37
Às vezes questiono minha fé
Que ser bendito
Ou maldito
Inventaria o café?
OBJETO KÁRMICO
Planta
para colher,
fria ou quente:
A vingança é de comer.
OBJETO BREVE
Amo um ser Comentarista
de tudo opina um cenário
e eu (o) aprecio, a vista.
OBJETO ENTRELAÇADO
Desatando os nós
de um destino entre dois;
o fio se enlaça mais,
quando tentam puxar.
Quanto tempo pra desembaraçar
Algo que sempre foi
Apenas um só fio.
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Um tempo atrás (desde 2022) tentei escrever alguns poeminhas, nenhum Baudelaire, é claro. Percebi por trauma pós-primeiro livro (adquiri uma mini partezinha da tal “maturidade”) que poesia não era para mim, mas mesmo assim tentei. O livro tem muitas coisas e, posso trazer mais se gostarem, mas sei que não são exatamente obras primas. No entanto, queria mostrar pra alguém. Sinto que parte da escrita é querer mostrar pra alguém. Na beirada da existência, o livro escrito e guardado existe na ciência do escritor, mas não é livro até que o mundo veja e, se alguém escreve, quer ser lido de alguma maneira ou outra para ser visto pelos olhos daquilo que a literatura para si (enquanto escritor) limita. Esses são meus objetos de observação fictícios e, se chegou até aqui, eram. Agora eles são seus, cientificados ou sentimentalizados, talvez apenas objetos passageiros. É bom trazer ficção aqui.
certamente um ser bendito inventou o café. =)
Posta mais sim Ana!!!! Adorei os seus poemas 🥹❤️🫶🏽